Polícia pede prisão de estudante de Direito que ofendeu colega cadeirante em vídeos, mas Justiça nega
18/04/2025
(Foto: Reprodução) Ela é investigada pelo crime de discriminação contra a pessoa em razão de sua deficiência, corrupção de menores e ameaça. Pedido foi baseado na repetição do comportamento criminoso. Estudantes de Direito do Paraná são investigadas após vídeos delas ofendendo cadeirante
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva da estudante de Direito de 19 anos que ofendeu uma colega cadeirante em vídeos publicados nas redes sociais em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná. No entanto, a Justiça não aceitou o pedido.
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Ela é investigada pelo crime de discriminação contra a pessoa em razão de sua deficiência, corrupção de menores e ameaça.
Além dela, uma adolescente de 17 anos, que também aparece nos vídeos, é investigada. No mesmo pedido ao judiciário, a polícia solicitou a internação provisória dela. O pedido também não foi acatado.
Segundo o delegado João Paulo Lauandos, o pedido de prisão preventiva foi feito com base na repetição do comportamento criminoso. Testemunhas relataram à polícia que aquela não foi a primeira vez que a suspeita gravou vídeos ofendendo a vítima.
"Nós tivemos essa reiteração de conduta. Isso foi uma das motivações dos nossos pedidos cautelares. Ou seja, o vídeo não foi apenas uma ocasião, foi ao menos duas, além de relatos pretéritos por provas testemunhais", detalha.
Ainda conforme Lauandos, durante as investigações, a polícia se deparou com relatos de ameaças feitas pela suspeitas contra outras vítimas.
O nome das investigadas não foi divulgado. Por conta disso, o g1 não conseguiu localizar a defesa delas.
Outra jovem que aparece nas imagens, de 19 anos, é tratada como testemunha nas investigações porque, conforme o delegado, não fala nada nos vídeos.
As três, que eram estudantes do Centro Universitário de Telêmaco Borba (UNIFATEB), onde o caso aconteceu, tiveram os contratos com a faculdade rescindidos.
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As publicações
Vídeos com ofensas foram publicados nas redes sociais
Reprodução
Conforme a polícia, as postagens foram feitas na segunda-feira, 7 de abril, no perfil de uma delas do Instagram, na opção "melhores amigos" , ou seja, a um grupo restrito de seguidores. Os vídeos vazaram e viralizaram nas redes sociais dois dias depois, no dia 9 de abril.
Nas postagens, primeiramente, as universitárias ofenderam a colega justificando que a vítima teria rido delas durante a apresentação de um trabalho para a turma.
"Segredo de estado para vocês: na nossa sala tem uma cadeirante, uma magrela. E a gente 'tava' apresentando o trabalho hoje e a cadeirante rindo da nossa cara… por que não levantou e foi rir lá na nossa frente? Por que que aquela magrela feiosa não levantou e não veio falar? Porque é magrela, sabe que apanha a lazarenta, desgraçada (sic)."
Na sequência, uma das estudantes aparece cantando uma música com outras ofensas: "Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha".
Porém, as investigações apontaram que o vídeo em que as investigadas cantam a música foi gravado pelo menos três dias antes da apresentação do trabalho em que a vítima supostamente riu delas.
"Os elementos dos autos do inquérito policial apontam que já houve a prática dessa discriminação, antes mesmo da apresentação desse trabalho. Portanto, essa motivação, se fosse uma resposta a este suposto deboche pela apresentação do trabalho, ela não se sustenta", detalha o delegado Gustavo Fernandes.
O g1 optou por borrar o vídeo com as ofensas porque não há confirmação de qual delas é a menor de idade.
Suspeitas foram alvo de mandados de busca e apreensão
A Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços ligados às investigadas, sendo um deles em Telêmaco Borba e dois em Curiuva, também nos Campos Gerais do Paraná.
O celular da investigada adolescente foi apreendido e encaminhado para a perícia.
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